O EXU
Primeiramente
há que se dizer que a forma original de Exu é humana, nada tem de
partes de animais, porque os espíritos que compõe a falange de Exu são
espíritos como nós. Então Exu tem dois braços, duas pernas, uma cabeça,
dois olhos, enfim… São assim como nós. Foram homens e mulheres normais
das mais variadas profissões. Não tem nada a ver com as imagens vendidas
nas casas de artigos religiosos, com chifrinhos e rabos… Exu não é o
Diabo. Exu é entidade de luz (em evolução) com profundo conhecimento das
leis magísticas e de todos os caminhos e trilhas do Astral Inferior. Na
umbanda, os Exus trabalham em busca da evolução e da prática do bem,
portanto ao contrário dos mitos envolto ao “Diabo” ou “Demônio”, os
Compadres (Exus) trabalham para resolver os assuntos imediatos, mas
nunca prejudicando alguém. Por mais humano que Exu se manifeste e se
expresse, devemos sempre ter educação e respeito para nos dirigirmos
mentalmente ou pessoalmente a qualquer um deles, pois são senhores Guias
Espirituais que trabalham para Deus e os Divinos Orixás com caridade,
responsabilidade e muitas vezes a nossa frente para nos defender e
proteger de demandas e embates astrais negativos.
O exu não é a figura grotesca, horrendas como mostram algumas estatuetas mal interpretadas.
Na Umbanda, como ser humano, é idêntico a todos nós; mas sendo espírito
desencarnado pode ser visto por sensitivos ou médiuns videntes ou
aparece; materializado, tomando a forma que lhe convier: feia ou
simpática, inclusive a de um homem viril, musculoso e bonito. Sua imagem
com chifres e rabos é herança de sua identificação com o Satanás. E
simplesmente um condicionamento proveniente de outras religiões. Não
existe isso de que Exu tanto faz o mal como o bem e que depende de quem
pede. Isso simplesmente não tem lógica. Como o Orixá iria “colocar” Exu
como Guardião se ele não fosse confiável? Se ele se “vendesse” por um
despacho, por cachaça, bichos, velas e outros absurdos que vemos nas
encruzilhadas?
Se até uma criança sabe o que é “certo” e o que é “errado” Exu não vai saber? Exu não é idiota.
Talvez
por sua semelhança conosco, os encarnados, estas entidades transmitam
uma imagem de companheiros, de amigos dos mais chegados. Os Exus nas
Giras de Umbanda apreciam uma boa bebida, um bom fumo, e uma conversa
regada a boas gargalhadas. Os Exus conversam com seus consulentes com
igualdade, são atualizados, pois nos acompanham lado-a-lado. Por esse
motivo têm a facilidade de resolver os assuntos “urgentes”, coisas que
necessitam de solução imediata. O papel dos Exus é mais atuante do que
se pensa. Além de serem mensageiros dos Caboclos e/ou Pretos-Velhos
(depende de quem for o guia chefe do médium), ainda possuem uma
destacada atuação junto a nós, pois são executores kármicos. O que
exatamente isto quer dizer? Quer dizer que se nós andarmos na linha
justa, se nos habituarmos a cultivar pensamentos, sentimentos e atitudes
equilibradas nosso karma será certamente reduzido ao longo da vida, e
nosso amigo Exu nos ajudará em tudo. Mas, se caso assim não procedermos
certamente esse mesmo amigo Exu entrará em ação, efetuando a cobrança
kármica para conosco mesmos, sempre em nome da Lei Cósmica Divina. Temos
que ter em mente que estes amigos nada fazem por si só. Executam ordens
de seus “chefes”, ou seja, nossos mentores espirituais. No trabalho do
médium de Umbanda um desses Exus é o de frente. Exu é aquele que dá
consulta e se coloca a serviço do Guia Chefe do médium. Exu tem mais luz
que podemos supor, mas por amor ao Divino Criador e aos Amados Orixás
serve à Luz nos campos trevosos, em combate a todos que blasfemam ou que
atuam contra as Leis Divinas; Exu oculta sua luz pra poder entrar nos
campos negativos em socorro ou combate; Exu verbaliza de forma humana
para bem ser entendido por nós; Exu conhece e respeita as Leis Divinas,
as Linhas de Trabalho e todos os médiuns que assim merecem ser
tratados. Quando em função do trabalho que irá executar ou da “batalha”
que irá travar Exu estuda o ambiente que irá entrar, em seguida vibrando
numa faixa bem acima do meio que irá adentrar, estuda os seus
“adversários”, suas intenções, seus planos, seus graus de compreensão,
seus medos, etc. Estabelece uma estratégia e assume a configuração que
irá atingir o ponto fraco da maioria do grupo que irá combater.
Lembrando que Exu não trabalha sozinho, isso é feito em agrupamentos sob
a supervisão direta de um enviado de Orixá. Com isto vemos outra
capacidade de Exu, vibrar em faixas diferentes de energia.
Os guardiões são os espíritos responsáveis pela disciplina e pela ordem no ambiente. Os
Exus são trabalhadores que se fazem respeitar pelo caráter forte e
pelas vibrações que emitem naturalmente. Eles se encontram em tarefa de
auxílio. Conhecem profundamente certas regiões do submundo astral e são
temidos pela sua rigidez e disciplina. Formam, por assim dizer, a nossa força de defesa,
pois lidamos, em um número imenso de vezes, com entidades perversas,
espíritos de baixa vibração e verdadeiros marginais do mundo astral, que
só reconhecem a força das vibrações elementares, de um magnetismo
vigoroso, e personalidade forte que se impõem. Essa é a atividade dos
guardiões. Sem eles, talvez, as cidades estivessem à mercê de tropas de
espíritos vândalos ou nossas atividades estivessem seriamente
comprometidas. São respeitados e trabalham à sua maneira para auxiliar
quanto possam. São temidos no submundo astral, porque se especializaram
na manutenção da disciplina por várias e várias encarnações. A reunião
de Exú ou Gira de Exu tem como finalidade descarregar os médiuns e os
consulentes. Unindo suas energias eles são capazes de entrar em contato e
orientar mais facilmente as almas que ainda não encontraram um caminho.
Estas almas vivem entre os encarnados, prejudicando-os, obsidiando-os e
até mesmo trazendo-lhes um desequilíbrio tão grande que são
considerados loucos. Para este trabalho eles necessitam muito de nosso
equilíbrio e de nossa energia. Nosso equilíbrio é utilizado por eles no
momento em que as entidades sofredoras se manifestarem com ódio, rancor,
raiva, para que tenhamos bons pensamentos e sentirmos verdadeiro amor e
harmonia para que desta maneira tocamos seus sentimentos mais puros e
não as deixemos tomar conta da situação e, quem sabe, até as persuadir a
mudarem de caminho libertando-se assim do encarnado ao qual está
ligada; nossa energia é utilizada em casos em que estas almas estão
sofrendo com o desencarne, tristes, com dores, humilhadas,
desorientadas, assim eles transformam as nossas energias em fluidos
balsâmicos que as ajudam, em muito, na sua recuperação. Muitas destas
almas desorientadas não conseguem nem se aproximar dos Terreiros de
Umbanda pois os Exús da Tronqueira ficam encarregados de fazerem uma
triagem liberando a passagem apenas das almas que eles percebem já
estarem prontas para o socorro, ou seja, prontas para seguirem um novo
caminho longe do encarnado ao qual estava apegada. Este trabalho de
separação é feito por eles com muito empenho e seriedade e será melhor
sucedido se o encarnado der continuidade ao mesmo, pelo menos melhorando
os seus pensamentos e se livrando da negatividade e do medo. Os Exús
são almas que riem, fazem troça, mas não brincam em serviço. Por este
motivo, gostaríamos que todos, não só os médiuns, tivessem por eles o
maior respeito e consideração, pois são eles os nossos guardiões e,
também, da sessão de Gira, reponsabilizando-se pela limpeza dos fluidos
ou energias mais pesadas. Cada pessoa que entra em uma casa de Umbanda
traz consigo seu saco de lixo cheio (são seus pensamentos, suas raivas,
suas desilusões…) e são os Exús os trabalhadores encarregados de
juntarem todos estes sacos para descarregar, dando a cada um de nós a
oportunidade de diminuirmos o nosso lixo e facilitando nossas próximas
limpezas. Cada vitória nossa é para estas Almas trabalhadoras um passo
no caminho do desenvolvimento.
Nas
sessões ritualísticas umbandistas, dificilmente um dirigente de
terreiro tem força suficiente para desmanchar um trabalho de Magia
Negra, usando apenas o seu guia (ou orixá, como queiram). Mesmo porque
cada qual tem seu campo de ação “limitado”. O preto-velho, o caboclo,
por exemplo, não descem às camadas vibratórias mais densas com a
finalidade de demandar com o exu, assim como o engenheiro não vai
preparar argamassa ou carregar tijolos para a construção do edificio.
Este o motivo pelo qual, consultamos o preto-velho ou o caboclo,
percebendo tratar-se de caso pesado de magia negra, alegam ser coisa
para o “compadre” resolver. Que chamem o exu da casa. Logo, cada um tem
atribuições próprias dentro da área vibratória que lhe corresponde. Em
alguns casos, pode o caboclo, o preto velho desmanchar trabalhos de
Quimbanda, embora não seja o normal. Aos Exus de trabalho podemos
pedir ajuda na solução de problemas e ajuda a outras pessoas, sempre
conscientes do nosso e do merecimento alheio, sempre sob as Leis de
Deus. Ao Exu Guardião devemos pedir somente auxílio nas questões
pessoais, no sentido de amparo, sustentação, proteção e condução na
linha reta evolutiva. A todos devemos sempre ter respeito, tratando-os
com reverência, pela alcunha de senhores.
É
necessário entender que na Umbanda não há matança de animal e nem
trabalho de amarração. Não fazemos trabalhos para trazer a pessoa em “X”
dias de volta. Fuja correndo de quem cobra por consultas ou trabalhos.
Na Umbanda não existe nenhum tipo de cobrança. Lembre-se sempre: a
Umbanda é Amor e Caridade!
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